sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A dor da Perda... Por André William Morais


Capítulo Primeiro: Silêncio

Aqui estou, com uma sensação fria, intacto, sem saber o que pensar o que dizer, até mesmo o que sentir, por que hoje um pedaço de mim foi tirado, ou melhor, arrancado a força, tanta força que dói até agora. Ali está ele, deitado, quieto, como da primeira vez que acordei ao seu lado, calmo, sereno, só que desta vez não respira, e isso me dói, a falta do seu ar me faz lembrar da falta de uma parte que nunca mais vai voltar.
Chorar pra que? Se as lagrimas que saiam do meu rosto antes, hoje só são meros suspiros de saudade, o que ontem era alegria e força, hoje se resume em nada, em um vazio profundo e incerto dentro de uma escuridão imensa e sem rumo.
Meus pesames é o que as pessoas pensam em dizer numa hora destas, mas muitas falam da boca pra fora por que se soubessem a força destas palavras pensariam muito antes de pronunciar para um coração ferido. Pensar em responder por que? Se o meu obrigado soua como se quizesse sair correndo e pular na frente do primeiro carro que passar ou até pegar uma faca e acabar com tudo, ou melhor nada, por que dentro de mim nada mais existe sem ele.
Me apego ao passado, única lembrança boa da vida, pois foi na alegria de ver o seu sorriso cada dia, que me fazia sorrir também, foi te ter todo dia que me sentia seguro forte sem medo de nada, foi no suspiro do “eu te amo” que me soava a vontade de te querer cada vez mais, e antes de mais nada saber que poderia contar contigo toda vez que precisava.
Mas o destino me corrompeu o viver, tirando a força que havia dentro de mim pela raiz mais profunda que existe na veia mais carregada de um coração ardente e cheio de carinho, me deixou sem nada somente o obscuro podre de uma caule em mofo e frio.
Mas sei que nao terei nada, pra que ficar, onde ir, com quem ir, vivi pra você e acho que sem você nada mais acontece, nada mais me faz respirar.


Acho que vou respirar um pouco, aqui fora pelo menos não tenhu sua visão pálida.
Me lembro que em minha bolsa há uma faca afiada, pois sabia que não aguentaria sem você, se a pegar o farei sei medo, caso contrario viverei aqui com o medo e sem você. O que fazer? Morrer e ir atras de quem ama, ou viver e tentar fingir que está tudo bem?


Silêncio!


Acho que tudo vai se resolver...

Capítulo Segundo: A Dor

Os segundos passam e os minutos se tornam horas, e nada acontece. Já não sei mais o que pensar, nem mesmo pra onde olhar, só sinto aquela sensação fria e agonizante que me faz te querer cada vez mais, porém, paro e vejo que nunca mais vou ter você novamente.
Dizem que quando morremos nos encontramos com as pessoas que já se foram, será que agüento até lá? Ou melhor, por que não adiar esse momento e te reencontrar num lugar melhor onde só eu e você viveríamos nosso grande amor sem culpa, medo e aflição.Se isso fizer, pode ser que não o veja mais, pois, Deus não perdoa aquele que tira a própria vida, mais agüentar o momento chegar é algo que não sei se vou conseguir.
Muitos choram a perda, eu por outro lado sangro, como se uma veia estourasse dentro de mim, dói tanto não poder te ter aqui, que se eu pegar a faca na bolsa acho que não sentiria nada.
Sinto seu perfume, como se você estivesse junto de mim nesse momento, será que está? Dê um sinal, algo que possa saber que você está aqui, faça algum barulho, assopre em meu ouvido, não sei, só não me deixe aqui sozinho preciso de você...
Dor, dor e dor, é só o que eu sei pensar, pensar nas alegrias que tivemos juntos me traz mais dor, dor e dor.
Não agüento mais ficar aqui, são 1:30 da manha, vou andar pra ver se melhoro. Lá dentro um silencio, acho que nem vou avisar que estou saindo, não vou demorar.
Deserto a essa hora em plena quinta – feira a cidade vazia me acalma um pouco, o som do vento gelado me faz esquecer um pouco tudo o que estou passando, a faca na bolsa uma decisão, arriscar viver sem ele em um inferno sombrio ou viver sem, em uma vida escura. Das duas formas não o terei mais, só que em uma pode ser que terei sim, mais não agora.
O que você faria no meu lugar? Amor, o que você faria?
Aconselha-me, preciso de você, me dá um sinal?


A faca é a solução?


Capítulo Terceiro: Difícil 


Em pensamento digo: 
Difícil....


Difícil admitir que a vida continua.
Difícil colocar o pé na frente pra caminhar sem ter equilibro.
Difícil decidir as coisas sem uma segunda opinião concreta de alguém que te conhece realmente.
Difícil, Difícil.


Difícil olhar pra cima e não ter forçar pra alcançar o céu.
Difícil respirar bem fundo e sentir a dorsinha no peito que me sufoca e pede arrego.


Difícil continuar?
Difícil é senti o chão se ele não está ali.
Difícil é prosseguir sem nada aqui.


Difícil, Difícil.




Aqui estou, com uma sensação fria, intacto, sem saber o que pensar o que dizer, até mesmo o que sentir, por que hoje um pedaço de mim foi tirado, ou melhor, arrancado a força, tanta força que dói até agora. Ali está ele, deitado, quieto, como da primeira vez que acordei ao seu lado, calmo, sereno, só que desta vez não respira, e isso me dói, a falta do seu ar me faz lembrar da falta de uma parte que nunca mais vai voltar. Mais uma certa paz agora me consome, pois sei que você está feliz em outro lugar, um lugar em paz e alegria, longe de tudo e qualquer mal ao qual eu te protegia.
Olho pro céu e sinto você me olhar, sinto seu cheiro e isso me faz bem.


...Vai, e nao olhe pra traz, pois você merece o bem, eu Te Amo e quero que seja feliz, onde quer que esteja. 
VIVA, sorria, meu coração te guarda, em lembranças que jamais se apagaram...


Fim...

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